Versiculos Bíblicos:

domingo, 18 de novembro de 2012



 Acho muito estranha a ideia de que “beber socialmente não faz mal à saúde.” Além disso não ser verdade (como verá a seguir), o fato de existirem muitos alcoólatras já é prova suficiente de que o melhor é não beber. Afinal, ninguém bebe para ser alcoólatra… Começa-se aos poucos.



A seguir quero repartir com você um estudo sobre o termo “vinho”, como é usado na Bíblia. Verá também que os benefícios para o coração não se encontram no álcool e sim nos “flavonóides” – que estão presentes na casca da uva. Para reforçar: o Dr. Helevom Rosa, grande amigo meu, me disse que há um estudo no RS onde a pesquisadora comprovou que o puro suco da uva tem 30% mais flavonóides que o vinho com álcool! Fica aí um alerta também aos médicos que costumam “orientar” os pacientes a tomarem um pequeno cálice de vinho logo após as refeições. Por que não indicar o puro suco da uva, que tem mais flavonóides?

 Há diferentes palavras hebraicas e gregas para o termo “vinho”. Antes de explicar-lhe algo sobre isso, vou transcrever dois textos bíblicos que mostram claramente a diferença entre o vinho fermentado (alcoólico) e o não fermentado (não alcoólico):

 “Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber. (Pv. 23:29-35)

 “Assim diz o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos e não os destruirei a todos”. (Is 65:8)

 Aqui, podemos ver claramente dois tipos de vinho. Se fosse o mesmo, seria uma contradição. O primeiro texto trata do vinho com álcool. Seria impossível Jesus usar na santa ceia o tipo de vinho mencionado aí. Estaria indo contra a Bíblia. O segundo texto (Is 65:8), aborda o vinho sem álcool, do puro suco natural da uva.

 Vamos ao estudo das palavras para se referir ao vinho, nas línguas originais da Bíblia [Os dados a seguir, quanto ao significado de tais palavras no original, foram extraídos do livro "Consultoria Doutrinária". Casa Publicadora Brasileira, 1979]:

 No Antigo Testamento:

1)    Tirôsh – essa palavra é usada para se referir ao vinho que não é alcoólico. Aparece 38 vezes no AT e está relacionada com coisas boas: Gn. 27:37; Sal. 104:15; Pv. 3:10; Os 2:22, etc.
2)    Shekar – sempre usada para se referir ao vinho alcoólico: Pv. 20:1; Pv. 23:29 e 30; Is. 28:7; Is. 5:11, etc.
3)    Yayin – palavra usada para se referir ao vinho em geral, tanto alcoólico quanto não-alcoólico. Ocorre 140 vezes no AT. I Sm 1:14; Is. 55:1.

 No Novo Testamento:

 Também há 3 palavras para se referir ao vinho, só que palavras gregas (no Antigo Testamento, hebraicas):

1)    Sikera
2)    Gleukos – usadas apenas 1 vez cada uma, fazendo alusão ao vinho fermentado e alcoólico: Lc 1:15; At 2:13;
3)    Oinos – é a mais empregada no Novo Testamento e é usada em referência tanto ao vinho fermentado quanto ao não fermentado. A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento hebraico que foi traduzida por 70 eruditos judeus – por isso, o nome “Septuaginta”) utilizou a palavra “oinos” para traduzir as palavras Yayin (vinho em geral) e tirôsh (vinho não fermentado): Lc. 7:33; Jo 4:46.

 Podemos perceber que alguns termos hebraicos e gregos são usados tanto para o vinho alcoólico quanto para o vinho não alcoólico. Neste caso, devemos fazer uso do contexto bíblico - todos os versos sobre o assunto – para sabermos a que tipo de vinho o versículo bíblico está se referindo.

 Entendendo alguns textos difíceis

 Há versos sobre o vinho que não podem ser explicados apenas levando-se em conta o significado das palavras no original. Eis alguns exemplos: Dt 14:26, Prov. 31:6 e I Tm. 5:23. Tais versos devem ser entendidos em seu contexto, nas circunstâncias em que foram escritos.

 (A) Deuteronômio 14:26 – Deus tolerou nos dias do Antigo Testamento algumas práticas que Ele nunca aprovou. A tolerância foi por causa da ignorância e dureza de coração do povo. Pelo fato de o povo de Israel ter vivido no Egito, convivido com pagãos, alguns costumes perniciosos ficaram muito arraigados na vida deles: o uso de álcool, a prática da bigamia e poligamia, e o uso de jóias. Sendo Deus paciente e “grande na força da Sua compreensão” (Jó 36:5), suportou por um tempo tais costumes e, na medida em que o tempo passava, foi reeducando-os (Dt 14:26) para que se parecessem cada vez mais com Ele. No Novo Testamento há mais luz sobre o assunto e hoje temos muitas informações sobre os malefícios do álcool. Veio o tempo quando Deus ordenou que todos os homens se arrependessem (At 17:30). E, aqueles que persistirem em suas práticas erradas mesmo tendo sido aconselhados e informados por Deus, não teriam mais desculpa para o seu pecado (Jo 15:22).

 (B) Provérbios 31:6 – o comentarista Metodista Adão Clarke assim explica esse texto em seu comentário bíblico: “Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam na morte. Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas ele recusou” [Citado por Pedro Apolinário em "Explicação de Textos Difíceis da Bíblia" - 4ª edição, pág. 102.]. Essas bebidas eram feitas misturando ervas narcóticas. Nos dias de Jesus, oferecia-se ao indivíduo uma mistura de vinagre e fel (mesmo em momentos de dor, Cristo rejeitou tal substância, pois não queria perder a Sua consciência com os efeitos do álcool. Ver João 19:28 e 29 – compare com o Salmo 69:21, que profetizou esse evento. Que exemplo para o ser humano, que muitas vezes quer mergulhar-se no álcool para fugir dos seus problemas, sendo que a solução e cura vêm pelo “bater de frente” com a situação. Diante das situações desesperadoras Jesus nos orienta a irmos a Ele [Mt 11:28-30] e não até a garrafa).

 (C) I Timóteo 5:23 – para entendermos esse verso bíblico, precisamos saber o motivo que levou Paulo a dar esse conselho e também comparar o texto com outro escrito pelo mesmo autor, Ef 5:18. Paulo orientou Timóteo a usar “um pouco de vinho” como remédio por causa de uma enfermidade, provavelmente no estômago. Alguns médicos hoje em dia também recomendam o uso de suco de uva devido à sua rápida absorção pelo sistema orgânico. E, Efésios 5:18 nos esclarece que esse “pouco de vinho” recomendado pelo apóstolo não poderia ser o alcoólico.

 A Bíblia diz que há maldição para aqueles que bebem e/ou induzem outros a usarem bebidas alcoólicas: “Ai dos que se levantam cedo para embebedar-se, e se esquentam com o vinho até a noite!” “Ai daquele que dá bebida ao seu próximo, misturando-a com o seu furor, até que ele fique bêbado, para lhe contemplar a nudez”.

 Os que os médicos dizem sobre o “beber socialmente”?

 O Dr. César Vasconcellos de Souza (médico psiquiatra) no seu artigo “Vinho faz bem ao coração?” [Para maiores detalhes, acesse o site www.portalnatural.com.br] fornece outras informações sobre os malefícios do álcool: “O fígado é o principal órgão responsável pela metabolização do álcool. Em média se gasta uma hora para o fígado processar um drinque. Se uma pessoa permanece bebendo 3 drinques por dia o corpo mostra sinais de estresse pela sobrecarga do trabalho de eliminação do álcool. Após poucas semanas ingerindo 4 ou 5 drinques por dia as células do fígado começam a acumular gordura, e se a pessoa insiste em beber pode surgir hepatite alcoólica, com inflamação e destruição das células do fígado. Isto conduz à cirrose, que é uma doença irreversível e progressiva que leva à morte. Cerca de 15% das pessoas que insistem em beber após a hepatite alcoólica, desenvolve cirrose hepática”. Sobre os “benefícios” que o vinho traz para o coração, segundo alguns estudos, o médico explica: “Quanto ao fato de o vinho ser ou não benéfico, um estudo feito no Segundo Departamento de Cardiologia do Hospital Geral da Universidade de Attikon, na Grécia, (publicado em Dez 2005 pela revista científica Euro Journal Cardiovascular Prev. Rehabil., 2005 Dec; 12(6):596-600, com o título “Componentes polifenólicos de uvas vermelhas melhoram a função endotelial em pacientes com doença cardíaca coronária”), mostrou que tomar vinho tinto melhora a dilatação dos vasos sanguíneos atuando no endotélio (tecido da parede dos vasos). No estudo foi dado a um grupo de homens que tinham doença cardíaca coronariana um extrato de polifenol extraído de uvas vermelhas (600mg) dissolvido em 20ml de água e também deram os 20ml de água com um placebo (substância sem efeito nenhum) como se fosse o extrato da uva, assim que todos os homens pensavam que estavam tomando o extrato da uva e eles foram escolhidos ao acaso pelos pesquisadores. Usaram ultra-sonografia de alta resolução para avaliar a dilatação da artéria braquial após uma hiperemia provocada pela obstrução com um garrote no braço. Mediram a dilatação em jejum, e 30, 60 e 120 minutos após terem tomado o extrato ou placebo. O resultado encontrado foi que os que tomaram o extrato da uva tiveram realmente uma dilatação da artéria atingida após 60 minutos a qual foi muito maior do que o que ocorreria normalmente naquelas circunstâncias. Não ocorreu nenhuma mudança na dilatação da artéria dos homens que tomaram o placebo. Os pesquisadores concluíram que os componentes polifenóis de uvas vermelhas melhoram a função endotelial nos pacientes com doença cardíaca coronária. Estes resultados, segundo eles, poderiam provavelmente explicar, pelo menos em parte, os efeitos favoráveis do vinho tinto para o sistema cardiovascular. O álcool (etanol) é tóxico para o organismo humano, mas componentes da uva são saudáveis”.

 O álcool arruína o fígado e o corpo, considerado o templo, santuário do Espírito Santo (I Co 3:16-17; 6:19-20). Portanto, o corpo é algo sagrado, do qual Deus pedirá contas no dia do juízo (II Co 5:10).

 É por isso que o apóstolo Paulo disse que uma pessoa não pode ser cheia de vinho alcoólico e do Espírito Santo, ao mesmo tempo. Terá que escolher entre o vinho e o Espírito de Deus:

 “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito” Ef 5:18.

 Podemos concluir que a Palavra de Deus condena o vinho alcoólico. E, não poderia ser diferente, pois o álcool contribui (só para enumerar algumas coisas) para o aumento de mortes em acidentes de trânsito, acaba com as famílias, marca negativamente as pessoas que tiveram um parente alcoólatra, vicia, tirando a liberdade dada por Deus, impulsiona homicídios e destrói as células nervosas que são tão importantes para a nossa comunicação com o Espírito Santo. Antes de bebermos algo ou usarmos qualquer tipo de alimento, devemos considerar com reverência as palavras de I Co 10:31: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”.

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