Calendário é uma ferramenta de controle do tempo. Sua
importância vem de longa data. Eles ajudam os agricultores a saberem quando
chega a próxima estação. Também auxiliam a lembrar da ocorrência dos fatos. No
passado, por exemplo, havia várias maneiras de decidir o início de um ano.
Diferentes maneiras de decidir quão longo ele seria; diferentes modos de
organizar os dias em semanas e meses. Houve muitas mudanças nos calendários
antes de tomarem a forma que conhecemos hoje.
DIAS, HORAS, MINUTOS
É fácil saber quando um dia acabou - a escuridão se segue à luz do dia e
um outro dia se faz. Assim, os primeiros povos devem ter controlado o tempo
simplesmente marcando a passagem dos dias. Até onde sabemos, os primeiros a
dividirem um dia em horas e minutos foram os sumérios, que viveram no Oriente
Médio. E também usaram o termo "dia" para se referir ao período da luz do dia,
assim como nós. Os povos antigos mediam a passagem do tempo durante o dia usando
um mostrador de sol.
Uma história na Bíblia conta como o Rei Acaz usava o
movimento da luz do sol sobre degraus para medir o tempo (II Reis 20:9; Isaías
38:8). Naturalmente, mostradores de sol não ofereciam uma maneira exata de medir
o tempo como os relógios o fazem. Diferentes povos antigamente fizeram escolhas
diferentes sobre o início de um dia. Uma maneira pela qual Deus mostra que nos
ama e quer cuidar de nós é nos dando um mundo organizado para vivermos.
A INFLUÊNCIA DA ASTRONOMIA
Os povos antigos não sabiam como o
sistema solar funcionava, mas eram bons observadores das mudanças que aconteciam
na natureza e usaram suas observações para desenvolver seus calendários.
Observaram que um dia era o tempo em que a terra faz um giro completo uma vez,
passando por um ciclo de luz e um ciclo de escuridão. Concluíram que um mês é um
período baseado no tempo que a lua circunda completamente a terra, cerca de 29
dias e meio, levando-se em conta a sua forma. Perceberam que um ano é o tempo
que a terra leva para dar a volta completa ao redor do sol, o que leva cerca de
365 dias. Observavam as mudanças das estações, o que era muito importante para
saberem quando fazer suas plantações. Para entender porque as estações
acontecem, devemos lembrar que a terra gira em torno de seu eixo imaginário que
se inclina em relação ao sol, fazendo com que a distância da terra ao sol seja
diferente e imprima características climáticas distintas em cada posição.
O CALENDÁRIO JUDEU
Dos povos antigos, talvez nenhum foi mais
interessado no seu calendário do que os judeus, que o usavam para controlar seus
inúmeros dias santos. Um fato interessante é que contam os anos desde o tempo em
que Deus criou o mundo. Assim o ano 1 judeu aconteceu 3.760 anos antes do ano 1
do nosso calendário atual, conhecido como calendário romano.
MESES E
SEUS NOMES
O calendário judeu tem doze meses, como o romano. Mas há
diferenças entre eles. Os meses não se chamam Janeiro, Fevereiro, etc.. Eles têm
nomes adaptados do antigo calendário babilônico e são maiores do que os meses do
calendário romano. A Bíblia contém nome de sete meses que os judeus usam até
hoje, que são:
1. Kislev (Neemias 1:1; Zacarias 7:1)
2. Tebeth
(Ester 2:16)
3. Shebat (Zacarias 1:7)
4. Adar (Ester 3:7; Ester 8:12)
5. Nisan (Neemias 2:1; Ester 3:7)
6. Sivan (Ester 8:9)
7. Elul
(Neemias 6:15)
A Bíblia também menciona quatro nomes antigos que não
estão mais em uso e que se relacionavam com agricultura ou plantas:
1.
Abib (Êxodo 13:4)
2. Ziv (1 Reis 6:1, 37)
3. Ethanim (1 Reis 8:2)
4.
Bul (1 Reis 6:38)
Os meses judeus começam com a "lua nova", noite em que
no ciclo lunar a lua não está visível no céu. Considerando que a lua nova ocorre
a cada 29,5 dias, o ano tinha 354 dias. Não se sabe como os judeus fizeram para
ajustar os 11 dias restantes. Mais tarde adicionaram um mês extra (chamado
Veadar) sete vezes num período de 19 anos para que seus meses pudessem
acompanhar os anos.
Muito importante de se ressaltar é que os meses tinham
significados religiosos que marcavam importantes eventos em sua história.
Consideravam sagrado o início de cada mês. Para eles, "a lua se levantará para a
nação deles e o sol para o Messias" (Malaquias 4;2). Assim como a lua reflete a
luz do sol, era esperado que Israel refletisse a luz do Messias para o mundo.
Essa é uma idéia que se aplica aos cristãos também. Podemos nos considerar
"luas" que refletem a luz de Jesus para todos ao nosso redor. Durante o período
de 400 anos entre o fim do Velho Testamento e o início do Novo Testamento,
alguns líderes tentaram fazer com que Israel mudasse seu calendário, que passou
a ter doze meses de trinta dias cada, o último com cinco dias extras
adicionados. Esse calendário era mais preciso, embora o antigo ainda continue a
ser aceito por eles.
REFERÊNCIAS A DIAS ESPECIAIS
Os antigos
judeus não se referiam às datas como fazemos hoje (por exemplo, 21 de agosto).
Em vez disso, se queriam se referir a um dia especial contariam quando o evento
relevante aconteceu , tal como o ano em que determinado rei começou a reinar.
Essa é forma que freqüentemente encontramos no Velho Testamento.
Os
escritores do Novo testamento mantiveram essa prática. Algumas vezes também
relacionavam os dias a algum evento do mundo romano (Lucas 1:5; João 12:1; Atos
18:12). Somente mais tarde, quando a reforma do calendário de Júlio César
começou a ser amplamente aceita, começaram a se referir aos dias de uma maneira
mais universal.
FESTAS JUDAICAS
Deus é o inventor da celebração
e da adoração. Logo não é motivo de surpresa que desejasse que seu povo
aproveitasse as festas. De fato, os judeus celebravam sete festas e festivais
cada ano. Esses feriados são marcas espirituais importantes no calendário dos
judeus.
1. Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. A Páscoa ocorre no 14º de
Nisan e a Festa dos Pães Asmos ocorre durante a semana seguinte. O propóstio da
combinação dessas festas é relembrar o livramento dos antigos hebreus do Egito
(Êxodo 12:15).
2. Pentecostes (Festa das Semanas). Ocorre 50 dias após a
Páscoa. É um tempo de alegria que originalmente marcou a colheita do trigo em
Israel (Levítico 23:15-17).
3. Rosh Hashanah (Ano Novo Judaico). Ocorre
no primeiro dia do mês Tishri. De acordo com os rabinos, este foi o dia em que
Deus criou o mundo (mas a Bíblia não confirma isto).
4. Yom Kippur (Dia
de Expiação). O décimo dia do mês Tishri não é para celebração, mas é solene e
santo. A Bíblia dá regras complexas sobre o que os judeus poderiam fazer nesse
dia (Levítico 16).
5. Succoth (Festa dos Tabernáculos). Dura uma semana,
indo do 15º ao 22º dia de Tishri. É o tempo dos judeus se lembrarem do cuidado
de Deus para com seu povo durante os quarenta anos no deserto (Levítico
23:39-43). Originalmente, também celebravam a colheita do outono.
6.
Hanukkah (Festa da Dedicação). Esta celebração também dura uma semana, começando
no 25º dia do mês Kislev. Não é mencionada no Velho Testamento porque celebra um
evento ocorrido depois que o Velho Testamento foi escrito. Cerca de 150 anos
antes de Cristo, os judeus conduzidos por Judas Macabeus foram vitoriosos sobre
os sírios liderados por Antioco Epifânio. Hanukkah lembra aquela vitória.
7. Purim. No 14º e 15º dias do mês Adar, os judeus celebram o festival
que se reporta ao livro de Ester. Lá lemos como Deus livrou os judeus da
destruição quando Mordecai e Ester frustraram o plano de Hamã (Ester 9).
Esse conjunto de festas não deve ser o mesmo que celebramos, mas têm os
mesmos propósitos dos nossos feriados religiosos - permitir às pessoas
interromperem suas rotinas e lembrarem-se de Deus. Assim como festejamos a
Páscoa, o Natal e outros dias especiais, renovamos nossa fé no Senhor de todos
os tempos, passado, presente e futuro.
Assim como um relógio marca a
passagem de minutos e horas, um calendário marca a passagem de unidades maiores
de tempo - dias, semanas, meses, anos e mesmo séculos. Um calendário tem várias
funções. Naturalmente é importante para manter controle dos eventos na história.
Também regula as atividades humanas diárias tais como negócios, governo,
agricultura e práticas religiosas. O calendário que usamos representa uma
interação entre um conhecimento crescente do sistema solar e a tradição
histórica e religiosa. Para os cristãos, o calendário pode nos lembrar da
necessidade de "contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio" (Salmo
90:12).
Fonte: iLúmina
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